Viagens de avião para um continente diferente envolvem muitas vezes um percurso demorado. Nessas viagens de avião, sobretudo nas mais longas, existem alguns riscos associados (como em tudo na vida sejamos sinceros). Aqui ficam alguns cuidados e medidas que permitem reduzir esses riscos e garantir que chegas nas melhores condições possíveis ao teu destino.
Desidratação/ mucosas secas
Embora os aviões mais recentes apresentem cada vez melhores características, a humidade do ar das cabines é tipicamente baixa, causando secura dos olhos e das vias aéreas. Recomenda-se por isso:
– ingerir bastante água
– evitar usar lentes de contacto durante a viagem de avião (e levar lágrima artificial caso sejas particularmente sensível neste ponto)
– levar um creme hidratante para conforto extra.
Dores de ouvidos
Habitualmente, a pressão dentro das cabines é semelhante à pressão que se sente entre os 1829 e os 2438 metros de altitude, podendo ir até aos 600 metros nos aviões mais recentes.
A pressão da cabine cai rapidamente durante a subida e sobe rapidamente durante a descida, por esse motivo um dos riscos da viagem de avião é o barotrauma (traumatismo devido a pressão). O tipo mais comum é o barotrauma do ouvido médio. Geralmente não é grave e resolve-se espontaneamente, causando apenas dor.
Para prevenir este tipo de traumatismo é importante:
– considerar adiar a viagem de avião se apresentar congestão nasal grave, otite ou sinusite ativa
– usar descongestionantes nasais ou orais podem aliviar os sintomas
– pessoas com rinite alérgica devem cumprir a medicação habitual
– mascar pastilha elástica durante a descolagem e aterragem.
Outras condições de saúde
Embora a maioria dos viajantes saudáveis não sinta qualquer efeito da pressão, nas viagens de avião mais longas pode haver um agravamento dos sintomas em quem sofre de doenças cardiopulmonares, cerebrovasculares ou anemia. Esta descompensação pode ocorrer sobretudo nas pessoas com necessidade de oxigénio suplementar. Nesses casos, é importante informar a companhia aérea pelo menos 72 horas antes da partida, bem como assegurar oxigénio suplementar no destino.
Distensão abdominal
Quem tem tendência para distensão abdominal deve evitar alimentos que reconhecidamente agravam a situação, como por exemplo as bebidas gaseificadas e fazer refeições leves.
Trombose venosa
As viagens de avião longas, sobretudo acima de 4 horas, existe aumento do risco de tromboembolismo (quando um coágulo bloqueia a circulação de sangue numa parte do corpo, como na trombose venosa profunda ou na embolia pulmonar).
Isto acontece devido à imobilidade durante o voo e, embora a ocorrência destes eventos em viagem seja rara, a presença de algum dos fatores de risco seguintes aumenta a possibilidade de acontecer:
– o uso de estrogénios (presentes nos contracetivos
– algumas pílulas – e na terapia hormonal de substituição)
– cirurgias recentes, sobretudo abdominais, neurológicas, intrapulmonares ou procedimentos intraoculares
– gravidez
– diagnóstico de cancro ativo
– problemas de coagulação
– história na família ou história pessoal de trombose
– obesidade
– doenças graves (como insuficiência cardíaca)
– o aumento da idade (sendo que se considera aumento do risco acima dos 40 anos)
Estas situações médicas devem ser discutidas na consulta de viajante e com o médico que te segue habitualmente (cardiologista, cirurgião, ortopedista, médico de família…). No decorrer da consulta do viajante podes esclarecer todas as tuas dúvidas relacionadas com as viagens de avião e receber conselhos específicos para a tua situação, no entanto, para a prevenção do tromboembolismo aconselha-se em viagens longas:
– evitar roupas apertadas
– levantar frequentemente e caminhar no corredor do avião (por exemplo de hora a hora) ou fazer exercícios com as pernas no lugar
Para este efeito os lugares do corredor facilitam a tarefa, portanto, se houver algum dos fatores de risco acima tentar obter um lugar de corredor é recomendado.
Não esquecer também o risco de contágio por uma infeção respiratória, para isso, a melhor medida é mesmo não viajar havendo febre ou outros sintomas de doença aguda e manter medidas de higiene respiratória (espirrar para o braço, lavar ou desinfetar as mãos após tocar na boca, nariz ou olhos).
Boas viagens de avião!